domingo, 31 de março de 2013

Sem proposito



Sem propósito ando por ai
a mente vagueia, como se livre fosse
E do alto, os pés, que em baixo vi
Vão lambendo o rastro de terra doce

Nos limites calcados deste solo menor
poeira de partes vou inspirando contigo
Imprimo num hiato um universo  maior
verso do espaço onde, só me bem digo

Que limite sem forma pode existir
Se é essa a fronteira que o segura
Frente do verso que esta sempre a surgir
E vai mudando de forma, em cada procura

Limites contidos de parca construção
São  pedra angular da mente sã
Mas mais natural que fiel limitação
É fronteira aberta ao nascer da manhã

Como é divino o renascer deste tempo
Essência pura de matéria escaldante
dorso de horizonte em continuo movimento
Espaço livre que reflecte luz pulsante

E se ele renasce para remorrer sem fim,
e nesse círculo, mergulham dias e idade
Então amanhã, morres a saber que em mim
Sempre existiu forma quente d´eternidade.

ana