Sem propósito ando por ai
a mente vagueia, como se livre
fosse
E do alto, os pés, que em baixo
vi
Vão lambendo o rastro de terra
doce
Nos limites calcados deste solo
menor
poeira de partes vou inspirando
contigo
Imprimo num hiato um
universo maior
verso do espaço onde, só me bem
digo
Que limite sem forma pode existir
Se é essa a fronteira que o
segura
Frente do verso que esta sempre a
surgir
E vai mudando de forma, em cada
procura
Limites contidos de parca
construção
São pedra angular da mente sã
Mas mais natural que fiel
limitação
É fronteira aberta ao nascer da
manhã
Como é divino o renascer deste
tempo
Essência pura de matéria
escaldante
dorso de horizonte em continuo
movimento
Espaço livre que reflecte luz
pulsante
E se ele renasce para remorrer
sem fim,
e nesse círculo, mergulham dias e
idade
Então amanhã, morres a saber que
em mim
Sempre existiu forma quente
d´eternidade.
ana