domingo, 31 de março de 2013

Sem proposito



Sem propósito ando por ai
a mente vagueia, como se livre fosse
E do alto, os pés, que em baixo vi
Vão lambendo o rastro de terra doce

Nos limites calcados deste solo menor
poeira de partes vou inspirando contigo
Imprimo num hiato um universo  maior
verso do espaço onde, só me bem digo

Que limite sem forma pode existir
Se é essa a fronteira que o segura
Frente do verso que esta sempre a surgir
E vai mudando de forma, em cada procura

Limites contidos de parca construção
São  pedra angular da mente sã
Mas mais natural que fiel limitação
É fronteira aberta ao nascer da manhã

Como é divino o renascer deste tempo
Essência pura de matéria escaldante
dorso de horizonte em continuo movimento
Espaço livre que reflecte luz pulsante

E se ele renasce para remorrer sem fim,
e nesse círculo, mergulham dias e idade
Então amanhã, morres a saber que em mim
Sempre existiu forma quente d´eternidade.

ana

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A idade do voo




 
"ero um ovo caido do ninho
no chao duro, sem sequer um bocado de relva
quando um dia alguem me apanhou
e com braços fortes apertou me ao seu peito
para me dar calor

tive assim a força de quebrar a casca
e cheguei a ver com olhos meravilhados
o sol, o ceu azul e as nuveis passar

ero um pinto perdido
sem casa, mas vivo entre os vivos
quando alguem cuidou das minha asas
ainda demasiado frageis
e alimentou a minha vida com seu respiro

cheguei assim a idade do voo
e vi com olhos meravilhados
as minhas asas abertas

mas ainda o azul é muito longe, pensava
quando alguem agarrou me com as maos
e lançou me na ar, para o ceu

foi assim que aprendi a voar
e cheguei a ver com olhos meravilhados
o mundo"

Cristiano Christillin
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Mãe de Ouro

" Não sejas o meu espelho
não escolhas o meu ritmo diacrónico
Cria um estatuto teu.
Marca a passagem da história
Leve. Leve. Sê leve.
Hás-de chegar quando pensares que tudo
está perdido.
Eu estou aqui a guardar-te e a zelar pelo
teu sentido.
Mesmo que penses que enloqueceste e me ouves
para alem do jardim secreto.
Eu estou aqui. Uma flor, uma mulher que vês no
canto do café, solitária,  
ou uma arvore, florindo no céu azul.
Isto é tudo para além do impensável.
É uma febre dos fenos
que aguarda o verão
e a apanha dos frutos."
                                Antonio

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Parola

Não se deve dar demasiado peso às palavras escritas